Apesar das dificuldades encontradas em proteger uma Universidade Pública, diretor da guarda exalta baixos índices de ocorrência

02:26 Hugo Oliveira 0 Comments

Gráfico demonstrativo dos tipos de ocorrência feitas em 2014. Fonte: Divisão de Guarda e Vigilância 
Em entrevista, Renan Canuto, diretor da guarda do campus Seropédica há cinco anos, falou sobre as dificuldades encontradas no trabalho, mas também desmistificou o clima de violência que muitas vezes é associado à Universidade. O diretor critica principalmente a falta de concursos públicos para a área, afirmando que o último foi realizado há mais de vinte anos. Dos cinquenta e dois vigilantes, dez são maiores de sessenta anos, efetuando um trabalho em que a idade ideal vai dos vinte aos vinte e cinco. Muitos deles enfrentam problemas de saúde devido ao trabalho. A ausência de concurso acarreta também na falta de agentes femininos.

No entanto, o diretor afirma que a Rural tem o índice de criminalidade mais baixo da região sudeste e que a principal ocorrência é o furto de bicicletas, embora o sentimento de insegurança seja permanente. "Eu fiz um teste: Saí da guarda e andei até o ponto de ônibus às dezesseis horas quando o mato estava alto. Fiquei pior que os estudantes, passou uma moto e eu achei que ia ser assaltado. Eu entendo o sentimento de insegurança, não é que tenha muita ocorrência, é que o lugar é pavoroso", conta ele.

Diversos projetos foram feitos pela guarda em busca de auxílio em seu trabalho, porém nem todos foram efetivados. A proposta de monitoramento por câmera em todo o campus, com valor final por volta de quatro milhões ainda não foi posto em prática devido à burocracia do sistema de licitações. O diretor menciona também o projeto de criação da polícia universitária pela deputada Andreia Zito, que visa o destino de uma parte da verba federal diretamente para a segurança nas universidades do país e que também não foi efetivado. No entanto, os servidores devem receber ainda esse ano um novo equipamento de revólver com menor poder ofensivo.

Para Karen, estagiária da guarda e aluna de agronomia na universidade, o que dificulta muito o trabalho da guarda é a conduta dos próprios alunos, que muitas vezes optam não seguir os conselhos de segurança e usam os caminhos não oficiais do campus ou pedem carona. "As pessoas tem que entender que elas também são responsáveis pela própria segurança".



Matéria de: Carolina Carvalho, Estefânia Champloni, Hugo Daflon e Lara Walverde.

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